Crescimento e fortalecimento do grupo/igreja

Onde estão os outros do grupo? Por que não vem mais?


Em minhas andanças pelos grupos e departamentos da nossa paróquia, do Sínodo Noroeste e até da IECLB de um modo geral, mas também de outras igrejas aqui e em outros municípios, tenho visto que muitas pessoas têm se preocupado com uma questão muito séria e que merece nossa reflexão. As pessoas se perguntam, onde está a fulana que não veio mais, onde está o sicrano que disse que vinha hoje e não veio? E assim, esperamos sempre por alguém que não vem mais. Por vezes somos muito questionados sobre o por quê do grupo não crescer, por que não temos mais gente. Nosso grupo está sempre diminuendo mais ao invés de aumentar....
Outros dizem ainda pois é, no meu tempo nós tínhamos muitos no grupo, fazíamos isso, aquilo e mais aquilo. Tínhamos um grupo forte e bem unido...
Assim a liderança e o pastor/obreiro se desgastam buscando provar para todos que alguma coisa precisa ser feita para mudar essa questão e voltar aos tempos idos onde o grupo era grande e forte. Nesse tentativa de trazer gente nova, fazer a coisa andar, muitas vezes damos tiro pra tudo quanto é lado e não alcançarmos êxito em nossas investidas. Então vem a frustração. Diante disso posso pensar que o problema deve ser comigo, não tenho sido um bom presidente, ou quem sabe a diretoria não fez a sua parte, ou ainda o pastor devia ter feito isso e mais aquilo... Se tudo isso tivesse sido feito, certamente as coisas teríam sido diferentes e o grupo cresceria.
Lamentavelmente meus caros a coisa não é tão simples assim. Outro dia estava relendo um livro chamado “O crescimento natural da Igreja” do escritor Christian A. Schwartz. No seu livro, que aliás recomendo para todas as pessoas que ocupam um cargo de liderança, ele diz muitas verdades. Citando um texto do apóstolo Paulo na sua carta a Efeso: “É ele(Senhor) quem faz com que o corpo todo fique bem ajustado e todas as partes fiquem ligadas entre si por meio da união de todas elas. E, assim, cada parte funciona bem, e o corpo todo cresce e se desenvolve por meio do amor.” Ef 4.16
Que maravilhosa descoberta desse escritor. O crescimento não depende do pastor, do presidente, de alguém em especial, mas unicamente do Senhor. É ele quem faz as coisas acontecerem. O corpo, isto é, a Igreja, somos todos nós, que precisamos estar, segundo o versículo bem ajustados.
É verdade, você tem toda a razão em estar pensando isso! As coisas não vem sozinhas, não acontecem por um acaso. Precisamos plantar/semear, para depois colher Marcos 4.26-29. As pessoas não vão aumentar no grupo se no grupo não houver uma avaliação constante das atividades, de seu modo de ser e agir. Aqui temos uma questão que é peça chave para o crescimento saudável. Vamos mais uma vez ao que fala Schwartz. Ele diz que para que os grupos cresçam e no culto tenhamos um número bom de pessoas, nós precisamos investir na qualidade do grupo.

Ele usa a imagem de uma carroça sendo puxada com rodas quadradas enquanto existe um monte de rodas redondas dentro dela que facilitariam o trabalho. As pessoas significam as rodas na figura. Isso nos dá uma idéia do que precisa acontecer primeiro. Muitas vezes temos as pessoas certas nos lugares errados. E ai elas desperdiçam tempo, e o seu dom precioso fica sem utilidade. Se o líder/pessoa não está no lugar certo pode atrapalhar muito no processo de crescimento do grupo.
O autor do livro coloca ainda 8 marcas de qualidade que se empregadas corretamente, produzirão resultados fantásticos nesse processo de crescimento e fortalecimento do grupo ou comunidade.
São elas:
1° Ter lideranças que capacitam outros para o serviço;
2° Pessoas que ocupam cargos segundo os seus dons;
3° Pessoas com uma espiritualidade bonita que contagia os outros;
4° Ter uma estrutura que funcione e que se adapta a realidade atual;
5° Cultos que sejam inspiradores, onde a pessoa que vem, são recebidas com atenção, sente-se bem e saem fortalecidas pela palavra que ouviram e pelo carinho que receberam;
6° Ter grupos familiares de convivência (a exemplo dos nossos encontros de família) onde as pessoas possam rir, chorar e viver juntas por alguns momentos, a fim de fortalecerem a amizade, o amor e o companheirismo;
7° Ter propostas de evangelização que possam orientar as pessoas para usarem os seus dons da melhor forma possível no serviço;
8° Pessoas que têm em sua vida a marca do amor a Cristo e umas pelas outras.

Segundo o autor, nenhuma dessas marcas pode faltar para que o meu grupo/comunidade cresça em número e em qualidade e se fortaleça. Estamos dispostos a investir nessas 8 marcas de qualidade em nossos grupos e comunidades? Não esquecendo que se fizermos a nossa parte podemos ter certeza que Deus fará a Dele e o crescimento virá.

P. Vilson Luiz Hining