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Tema do ano 2011 Paz na criação de Deus. Esperança e compromisso. Lema bíblico: "Glória a Deus e paz na terra." Lucas 2.14 E-mail: luteranosburiti@gmail.com ou do pastor: Paulo

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sexta-feira

IECLB e IELB fazem declaração conjunta sobre as eleições 2010

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Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil

ELEIÇÕES 2010

Estamos mais uma vez diante de eleições majoritárias em nosso país. Em breve iremos às
urnas para ajudar a escolher presidente/a, governadores/as, senadores/as, deputados/as
estaduais e federais. Trata-se de um exercício de cidadania dos mais importantes. No entanto, a
oferta de partidos, propostas e candidatos é grande. Como escolher? Em que proposta votar?
Como cristãos podemos ajudar neste processo?
O voto é um dos elementos centrais da democracia. Cada pessoa com idade préestabelecida
na lei tem direito a um voto. Ninguém tem mais, ninguém tem menos. Maravilha, não
é? Mas nem sempre foi assim. Houve tempo, nem tão distante em nosso país, em que algumas
pessoas decidiam pelo povo. Já pensaram se ainda vivêssemos sem poder votar? Felizmente,
esses tempos são idos. Mas não está tudo resolvido. O processo eleitoral ainda tem seus
problemas. A falta de interesse, a indiferença e o desânimo de boa parte dos eleitores ainda são
desafios a serem superados. Como também o é a ganância pelo poder de pessoas que colocam
em primeiro lugar seus interesses pessoais ou corporativos.
Não se pode subestimar a diferença que um simples voto pode fazer. Quem vota se torna
corresponsável pela proposta que apoiou. Se votou em quem não tem proposta, terá que conviver
com isso pelo tempo do mandato da pessoa eleita. Ou, pior ainda, se votou em quem já
demonstrou desonestidade, será em parte responsável por mais desonestidade. O voto pode ser
comparado a um cheque assinado em branco. Precisamos saber muito bem a quem estamos
confiando esse cheque.
Uma das definições mais simples e profundas diz que política é a arte de fazer o bem
comum. Se todas as pessoas que ocupam cargos públicos eletivos seguissem essa máxima, com
certeza não haveria políticos escondendo maços de dinheiro em meias, bolsas ou peças íntimas.
O simples fato de tais denúncias serem levadas ao público revela em si um avanço que, se ainda
pequeno, tende a crescer a partir da indignação popular e da busca por justiça.
Toda igreja que confessa Jesus Cristo como Senhor e Salvador possui grande
responsabilidade pública. Isto porque a atuação do próprio Jesus teve reflexos importantes para
dentro da sociedade em que se encontrava. Pregava a conversão espiritual, de cunho pessoal,
mas também propunha mudanças radicais na maneira como nos relacionamos com nosso
próximo e como nos organizamos em comunidade. Estruturas materiais de poder lesivas ao
interesse comum foram radicalmente criticadas. A atuação de Jesus e a proclamação acerca de
Jesus como Senhor tiveram claros reflexos para dentro da sociedade e da política.
Como membros da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - IECLB e da Igreja
Evangélica Luterana do Brasil - IELB, representando aproximadamente 90% dos luteranos no
país, não queremos nem podemos fugir da importante tarefa de votar. Somos igreja de Jesus
Cristo no Brasil e, portanto, corresponsáveis por aquilo que aqui acontece. Cremos que nossa fé
atua no amor, e que este se traduz em ações em favor de tudo o que é preciso para uma vida
digna. Muito daquilo que faz parte dessa vida digna depende de decisões políticas. Assim, fé e
ação política não se excluem. A ação política dos cristãos é decorrente de sua fé. E o exercício do
voto é de extraordinária importância na ação política. Quem acha que não faz política já está
fazendo-a através de sua omissão, que sempre favorece quem ocupa o poder, muito
possivelmente não em favor das necessidades do povo. Segundo Lutero, um “bom governo” faz
parte do “pão nosso”, pelo que Jesus nos ensinou a interceder. Com nosso voto podemos ajudar a
constituir um bom governo.
Uma igreja não tem nem pode ter partido político; no entanto, ela não é apolítica. Todo o
seu trabalho e sua atuação têm implicações políticas. Um dos papéis da igreja é justamente
trabalhar para que toda a sociedade, incluindo os partidos políticos, se empenhe para que a
vontade de Deus em favor das pessoas seja feita também na esfera social e política.
Como cidadãos luteranos, integrantes de um país, somos pessoas politizadas. Podemos e
devemos ser sal e luz no mundo (Mateus 5.13 e 14) e, diga-se de passagem, “mundo” é ali onde
vivemos, em casa, na escola, no nosso trabalho, no bairro, na cidade etc. Portanto, antes de
votar, ouça, pesquise, indague, questione, proponha, selecione. Escolha quem você realmente crê
que irá desenvolver um bom mandato, em favor de uma vida digna para todas as pessoas, em
favor de uma sociedade solidária e justa.
Porto Alegre, 19 de agosto de 2010
Walter Altmann Egon Kopereck
Pastor Presidente da IECLB Pastor Presidente da IELB