Seja bem-vindo/a as nossas programações

Tema do ano 2011 Paz na criação de Deus. Esperança e compromisso. Lema bíblico: "Glória a Deus e paz na terra." Lucas 2.14 E-mail: luteranosburiti@gmail.com ou do pastor: Paulo

**********Pesquise nossa agenda para os próximos meses.*******



Telefone: 55 3509 1003



quinta-feira

Semana Nacional da Pessoa com Deficiência 21 a 28 de agosto

Artigo Semana Nacional da pessoa com deficiência Publicado também no site http://www.diaconia.ieclb.org.br/site/images/stories/2008/SubsidiosSNPD2008.pdf

Subsídios para reflexão de 2 Co 5.17-21

“Tudo isso é feito por Deus, o qual, por meio de Cristo, nos transforma de inimigos em amigos dele. E Deus nos deu a tarefa de fazer com que os outros também sejam amigos dele. A nossa mensagem é esta:...E Deus nos mandou entregar a mensagem que fala da maneira como ele faz com que eles se tornem seus amigos”. 2 Co 5.18-19b
Neste ano nossa igreja continua falando sobre a reconciliação. Um dos pontos sugeridos para se trabalhar é a reconciliação da pessoa consigo mesma. O texto sugerido para leitura fala da reconciliação que Jesus Cristo promoveu ao nos reconciliar com o Pai. Quando ocorre reconciliação ocorre também mudança de conceitos, de valores, de postura. Ou seja, na condição de pessoas reconciliadas com Deus temos agora uma nova condição diante de Deus. Jesus nos torna dignos de entrarmos na presença de Deus sem medo, sem vergonha por causa dos nossos pecados. Essa nova condição de sermos chamados de filhos/as de Deus nos deixa felizes, com a auto-estima elevada, pois somos aceitos como somos, mesmo que ainda continuemos pecando, cometendo falhas, Deus nos quer ao seu lado. Sendo assim, sentimo-nos bem estando ao lado de quem gosta da nossa companhia e não leva em conta nossas imperfeições. Ou seja, houve aceitação, inclusão. O passo seguinte neste caminho é a tarefa que cabe a mim como pessoa aceita por Deus, aquilo que Deus me mandou fazer; entregar a mensagem que fala da reconciliação a todas as pessoas. Ou seja, reconciliados conosco mesmos, podemos nos reconciliar com as pessoas e o mundo a nossa volta.
Quem não está em paz com Deus não busca conviver com ele. A reconciliação promove aproximação, convivência. Quem antes estava distante, por não ter razão para estar junto, agora faz questão de usufruir da presença um do outro. Da mesma forma em relação às pessoas com deficiência e sua família. Quando elas se sentem reconciliadas com a comunidade cristã, então existe prazer em estar junto.

Isso me faz lembrar da ocasião em que o Pedro nosso filho nasceu. Diferente do que havíamos planejado, o Pedro nasceu com dificuldades e teve convulsão, o que fez com que ficasse com seqüelas físicas. O Pedro hoje é uma criança com deficiência. Não caminha, mesmo estando com quase cinco anos. Hoje isso não é vergonhoso para nós. Mas já foi. Quando ele nasceu, ainda não sabíamos ao certo o que tinha acontecido, por que ele teve que ficar internado vários dias após o nascimento, etc. Tínhamos muitas perguntas, mas quase nenhuma resposta. Buscamos a Deus, zangados e enraivecidos com toda essa situação. De um dia para o outro nossa vida virara de cabeça para baixo. Amigos vinham nos visitar e ao verem o pequeno Pedro não sabiam o que dizer. Alguns arriscavam algumas palavras e depois de olharem com tristeza e pesar diziam, - sentimos muito. Mas nosso filho estava vivo, não havia morrido. Por que será que as pessoas reagiam assim? Buscávamos entender, mas não tínhamos como, nós mesmos como casal estávamos confusos. O que será isso que está acontecendo conosco? Quem poderia nos ajudar? Buscamos a Deus numa tentativa desesperada de pedir que ele nos acordasse, caso isso fosse um pesadelo. Mas não, não era sonho, era real. Finalmente entendemos que o Pedro era diferente, precisava de cuidados diferenciados de atenção diferenciada.

Levamos tempo brigando com Deus, tentando reverter essa situação, mas não, ele não quis assim. Com o tempo entendemos que Deus continuou a nos amar, mesmo que nós estivéssemos brigados com ele. Vimos assim que o Pedro chegou em nossa vida provocando reações dentro de nós, permitindo que nós nos reconciliássemos com Deus novamente. No início nos revoltamos e até nos culpamos como pais pelo que havia acontecido. Seguidamente nos perguntávamos por que isso foi acontecer conosco? Com o tempo colocamos a pergunta de um modo diferente, o quê Deus nos deu com o Pedro? Podemos dizer que com isso fomos reconciliados conosco mesmos e também com Deus. Vimos assim que a glória de Deus se manifestou em nosso meio por causa do amor de Deus que passou a ser entendido e vivenciado em nossa relação familiar e com as demais pessoas. Entendemos que talvez com a experiência que adquirimos Deus está nos capacitando a entrar na vida de outras pessoas com poder de cura. Não poder nosso, mas o poder do Santo Espírito de Deus, o qual nos capacita, nos dando os dons que são necessários para cuidarmos de quem precisa de cuidado.

Vimos ainda que por vezes as pessoas que se deparam conosco se sentem intimidadas, ficam sem jeito, querem agradar, ficam sem assunto, até que se arriscam a perguntar, - o que o filho de vocês tem? Geralmente é a Sônia que responde a pergunta inusitada, mas as vezes também me habilito. Acredito que provocamos nas pessoas reações por causa da deficiência do nosso filho que jamais seriam possíveis se ele não estivesse conosco. Conseguimos assim chegar em partes do coração das pessoas que não seria possível chegar sem nosso filho. Por isso apostamos e incentivamos a convivência com as pessoas com deficiência. Não é possível incluir sem que primeiro aprendamos a conviver. Somente a convivência provoca acolhida, inclusão e reconciliação.

Entendemos que, em se tratando de inclusão de pessoas com deficiência, seja dentro da nossa casa, na igreja ou no mundo secular, reconciliação da pessoa consigo mesma seja um dos principais pontos a se trabalhar. Isto porque, a medida que a pessoa e a família passam a aceitar a sua condição e entendem que são eles a peça chave para que comecem a ocorrer inclusão e transformação o caminho para que isso se concretize foi aberto. A medida que a pessoa com deficiência e sua família encontram paz interior para aceitar-se como são, também encontrarão meios e caminhos para viver reconciliados com o mundo que os cerca. A pessoa com deficiência e sua família precisam se dar conta do importante papel que têm na inclusão e na reconciliação neste mundo que as cerca. Quem não convive conosco não tem como saber o que se passa dentro de nós, o que precisamos para ficarmos em paz conosco mesmos e com o mundo que nos cerca. Faz-se necessário, portanto, ajudar as pessoas a entenderem como é estar do outro lado. Os olhares, comentário sarcásticos e maldosos não podem nos intimidar. Precisamos buscar forças e ir em frente, lutar sempre, desistir nunca. Para isso, preciso estar em paz comigo mesmo, buscando me fortalecer, pois assim terei forças para seguir em frente e enfrentar os obstáculos que nunca cessarão, mas que certamente serão diminuídos.
Por outro lado, como pais e mães também precisamos apostar em nossos filhos com deficiência, acreditar neles, não tratá-los como eternas crianças apenas porque têm uma deficiência. Também nós precisamos vencer algumas barreiras internas em relação a isso. A igreja tem papel importante nessa tarefa de conscientização, de educação dos pais e mães nesse sentido. Tudo isso a igreja vai promovendo quando promove a convivência com essas pessoas e aprende com elas caminhos para superar cada obstáculo.

Mas as coisas não acontecem da noite para o dia. É preciso tempo, disposição, vontade para querer aceitar, vontade para querer mudar. Deus deseja que vivamos de acordo com a sua vontade e a sua vontade é a de que vivamos unidos uns com os outros, não separados, não isolados.

Assim como no corpo de Cristo cada membro desempenha uma tarefa crucial, assim também as pessoas com deficiência e suas família desempenham tarefa fundamental para que a Igreja seja corpo saudável e integral. Pois se faltarem as pessoas com deficiência na hora da tomada de decisões, por exemplo, possivelmente o olhar sensível a essa causa não estará presente e não serão contemplados projetos que pensem no todo. Pense nisso, incluir não é apenas aceitar assim como é, é muito mais que isso. Incluir é permitir que todas as pessoas, com ou sem deficiência, mulheres ou homens, negros ou brancos, crianças ou idosos tenham voz e vez em todas as áreas da vida humana.
E lembre-se a inclusão começa dentro de cada um de nós.

P. Vilson Luiz Hining e
Cand. Diácona Sônia M. D. Hining


Sem comentários: